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Continua a falta de respeito da FPH pelas competições. O adiamento do jogo Futebol Benfica-Ramaldense é a prova cabal de que continua o folclore competitivo que vem sendo hábito de há muitos anos a esta parte.

Nunca as selecções trabalharam tanto como agora. Assistiu-se ao inédito, desde treinos de sala com a Taça de Portugal a decorrer a jogos de selecção no mesmo dia de jogos de clubes (!). E, também, nunca os resultados foram tão maus como agora, estando Portugal pior que nunca nas catacumbas da Divisão C de sala em selecções e, esperemos, que a ADL evite tal sorte em masculinos e femininos no que aos clubes diz respeito. No campo, que dizer dos 7-1 da Ucrânia ou das derrotas com gregos e búlgaros (!) nos sub-18.

Os clubes estiveram muito tempo parados a assistir ao descalabro e a levar com as culpas dos maus resultados das selecções. No reínicio da competição, a própria FPH antecipa uma semana o início do campo, deixando uma equipa, a ADL, com dois jogos em atraso. E de quatro jogos apenas se realiza um. Falta de árbitros? Não, claro que não. Incompetência na programação e falta de bom senso em lidar com a gente disponível para arbitrar.

Agora que os clubes retomam o campo, preparando como melhor sabem e podem o campeonato que aí vem, cancela-se um jogo com 36 horas de antecedência, que ainda por cima implicava uma deslocação a Lisboa. Para mim trata-se de uma falta de respeito para com os clubes e para com jogadores, dirigentes e treinadores. Continua a ser impossível treinar com rigor e seriedade no hóquei português, sendo certo que são sempre os mesmos eros de calendarização os que afectam todos.

Por outro lado, os que trabalham como querem, com as condições todas nas selecções nacionais, continuam a malbaratar essa dádiva. Arrepia-me que a 3 semanas de ir jogar os campeonatos autonómicos se ande a treinar fisicamente de uma forma brutal e sem critério.

Com tão maus resultados internacionais e com este desrespeito sistemático pela competição interna, não seria altura de parar para pensar? Não seria conveniente para todos que a FPH mudasse a sua estratégia, provado que está à saciedade que este modelo não serve? Custará assim tanto programar uma época como deve ser? Será tão complicado construir um modelo em que todos caibam e que, finalmente, as selecções ajudem os clubes e os clubes ajudem as selecções? Será dificil ajustar esse modelo às limitações dos árbitros que temos e que não são de quantidade? Será complicado respeitar o difícil trabalho dos clubes?

Lá vai continuando este campeonato da falta de respeito. Veremos o que dá. Boa sorte para todos os clubes, desportiva e organizacionalmente.

Mário Almeida